sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Ocupações





Tenho andado nestes últimos dias a pesquisar umas coisas sobre ideologia, epistemologia.

A imagem que anexei é um diagrama que se pode encontrar na página da wikipédia se procurarmos por epistemologia.

Através dela podemos visionar o conhecimento como o fruto do embate/confronto entre as crenças e a verdade.

Ao ter adicionado um novo circulo - que denominei de Ideologia - englobando este diagrama, seguido de outro circulo maior, englobando tudo - que denominei por Deus -, cheguei à seguinte pergunta: será Deus ideológico? (não confundir com a ideologia de Deus que mais não é do que as várias religiões, a pergunta pretende ir ao cerne da questão, sobre se Deus é, na sua origem/totalidade/fim, ideológico.)

A resposta que me surgiu foi:
Não. Contudo, ao sermos uma das faces tangíveis de Deus, poder-se-ia afirmar que Deus é, também, ideológico.

Continuando na minha pesquisa, verifico que a epistemologia (ciência/filosofia do conhecimento) se preocupa com a origem, estrutura, método, validade do conhecimento. Relaciona-se também com a metafisica, lógica e empirismo, ao questionar sobre a possibilidade de o Humano atingir realmente o conhecimento total e verdadeiro, e sobre se será possível distinguir entre o mundo cognoscível e incognoscível, por ultimo, quais serão as faculdades através das quais atingimos o conhecimento.

Esta disciplina pergunta-se tambem sobre se haverá conhecimento certo e seguro à priori, acrescentando: de onde vem o conhecimento?

Digo eu que o conhecimento não existe. É uma (re)descoberta, se se preferir, uma invenção da Humanidade.
Porque digo isto? Acho que existe o acto de conhecer, de relembrar, o tal momento em que a lâmpada se acende sobre a nossa cabeça. Ao ter esses momentos, fiquei sempre com a sensação que afinal até já sabia o que me estavam a querer explicar, mas que foi apenas naquele instante - precisamente aquele em que ocorre o tal acto de conhecer - que realizei isso. Se segundo uma certa lógica que diz que, se constatamos é porque existe, contraponho dizendo que não é pela ausência desse acto de conhecer, que o conhecimento, em si mesmo, deixa de existir. Ele continua lá, embora não conhecido por nós.

Mas tambem não é aqui que quero chegar. Pretendo explicar a minha conclusao de que o conhecimento nao existe. E sobre isto, apenas consigo pensar que, afinal, nesse momento, realizamo-nos, temos noção de nós, sentimo-nos ligado a algo (superior), não conhecemos mas sim conhecemo-nos. O que é afinal o conhecimento? Eu existo, ou, existe conhecimento (de mim)?

Ao pensar comigo:

Eu existo tangivelmente, isso é certo (será?), mas existir tangivelmente é apenas porção do Existir. É necessário existir intangivelmente, para existir de facto? (Parece-me lógico, mas o facto de achar isto lógico não escapará já a essa noção - o ser capaz de racionalizar essa - existencialidade intangível? Isto porque a lógica, sendo também uma das faces tangíveis de Deus, não é Este na sua totalidade).

Conclusão:
Para existir, é preciso saber para saber conhecer, tanto quanto é necessário sentir. Não se pode/consegue saber para sentir. Isso é a morte do sentimento, não é sentimento, é lógica, é racionalizar, é tangificar algo intangível.
O Amor é (o) intangível porque é sentido mas não explicável. Todos os outros sentimentos são racionais porque se consegue sempre arranjar razões para os sentirmos, todavia, ninguém consegue explicar porque amamos. Amamos, tão só e apenas. Camões é um génio não porque tangificou o Amor por palavras, mas sim porque, através destas, conseguiu falar sobre ele. E isso apenas os génios conseguem fazer.

questões paralelas:

Houve quem dissesse que: eu penso, logo existo. (não pretendo discutir sobre a validade/invalidade de tal afirmação, porque eu nem sei se penso, muito menos sei se existo ou não. No entanto, admiro esta afirmação, é-me estética, faz-me sorrir, é positiva)

Questiono, acima de tudo, para quem Descartes pretendia existir! Se para o mundo, ou para Deus. Se o autor pretende existir para Deus, então não precisa de pensar, Deus já sabe que ele existe. Se é para o resto do mundo, então Descartes fez bem em escrever tal coisa, pois sem ter coisificado através da escrita que, se se pensa, logo existe, Descartes não existiria para o mundo, mas apenas para ele próprio, e esse conhecimento/parcela do conhecimento do qual se julga portador, escaparia a nós, o resto.

Portanto, eu não existo enquanto: não escrever o que escrevo, não traduzir por palavras o que acho disto ou daquilo. Até chegar a esse ponto eu apenas SOU. E isto é apenas "metade" de Deus.
Para Ser e Estar com Deus, preciso de Ser e Existir/Sentir.
Mas porque preciso disso?

work in progress

peço desculpa pelas inúmeras incoerências apresentadas, as quais atenderei em momento oportuno. escrever não é fácil, domesticar o pensamento é ainda mais difícil.....

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